Vale a pena ler esta postagem, é realmente uma formidável visão histórica sobre a evolução da cidade do Recife por José Luiz Mota Menezes.
Moraes JVZ & Monica Rodrigues - Jurisdição da Paz
José Luiz Mota Menezes lembra que em 1950
ainda bondes no terminal da Várzea (foto) para ir até Centro do Recife
O arquiteto e urbanista José Luiz Mota Menezes é uma autoridade em conhecimento sobre a evolução urbana do Recife. Nascido em Pilar-AL, chegou à capital de Pernambuco em 1945 e se instalou no bairro da Várzea. Costumava andar de bonde até o centro da cidade, onde se concentravam as atividades comerciais e também de entretenimento, como bares e cinemas.
Segundo Mota Menezes, o Bairro do Recife, hoje chamado Recife Antigo, ainda tinha cheiro de novo em 1950, devido a construções feitas principalmente na década de 1920. O centro vivia transformações. Na década de 1940, a Avenida Guararapes havia sido aberta, com prédios modernos para a época. Ligada à Guararapes através da Ponte Duarte Coelho, a Av. Conde da Boa Vista estava sendo ampliada em direção ao Derby – que, por sua vez, via o começo da construção da Avenida Agamenon Magalhães, finalizada no fim da década de 1950.
O urbanista, na adolescência, gostava também de ir para a praia de Boa Viagem, que era como uma viagem para si. Ele diz que o bairro se parecia com a costa de Olinda. Estavam mais para local para banhos de praia do que para moradia.
Hoje, a situação é oposta. Os espaços ao sul e ao norte da região central do Recife já se adensaram. Jaboatão, depois de Boa Viagem, tem a segunda maior população de Pernambuco. O espaço que ainda aguarda maior ocupação é justamente a Zona Oeste da Região Metropolitana do Recife. Justo o espaço onde se construirá a Cidade da Copa.
Com o Recife recebendo várias obras atreladas à vinda da Copa do Mundo, Mota Menezes se mostra preocupado com a mobilidade urbana e o transporte coletivo, pois acredita que algumas das propostas governamentais não irão resolver o problema da cidade.
“As soluções indicadas para o Recife são ruins. Não há nenhum sistema organizado de trânsito. Com relação a 2014, o que está preocupando em toda a parte não é o presente, mas o que vai ficar para as cidades”, diz ele, que, por outro lado, defende a ida de Náutico e Sport para a Cidade da Copa, para descongestionar os bairros de suas sedes. "Não há mais espaço para os clubes nos Aflitos e na Ilha do Retiro. Talvez apenas o bairro do Arruda ainda comporte"
"A Copa 2014 vai sair. Não tenho dúvida. Dará-se um jeito para tudo. O que nos preocupa é o legado. Não se está tratando de deixar um legado nas cidades. A Copa tem sido vista como um facilitador para arranjar dinheiro e liberar dinheiro, mas nenhuma programação efetiva que venha trazer benefícios para o distante", argumenta.
Segundo Mota Menezes, o Bairro do Recife, hoje chamado Recife Antigo, ainda tinha cheiro de novo em 1950, devido a construções feitas principalmente na década de 1920. O centro vivia transformações. Na década de 1940, a Avenida Guararapes havia sido aberta, com prédios modernos para a época. Ligada à Guararapes através da Ponte Duarte Coelho, a Av. Conde da Boa Vista estava sendo ampliada em direção ao Derby – que, por sua vez, via o começo da construção da Avenida Agamenon Magalhães, finalizada no fim da década de 1950.
O urbanista, na adolescência, gostava também de ir para a praia de Boa Viagem, que era como uma viagem para si. Ele diz que o bairro se parecia com a costa de Olinda. Estavam mais para local para banhos de praia do que para moradia.
Hoje, a situação é oposta. Os espaços ao sul e ao norte da região central do Recife já se adensaram. Jaboatão, depois de Boa Viagem, tem a segunda maior população de Pernambuco. O espaço que ainda aguarda maior ocupação é justamente a Zona Oeste da Região Metropolitana do Recife. Justo o espaço onde se construirá a Cidade da Copa.
Com o Recife recebendo várias obras atreladas à vinda da Copa do Mundo, Mota Menezes se mostra preocupado com a mobilidade urbana e o transporte coletivo, pois acredita que algumas das propostas governamentais não irão resolver o problema da cidade.
“As soluções indicadas para o Recife são ruins. Não há nenhum sistema organizado de trânsito. Com relação a 2014, o que está preocupando em toda a parte não é o presente, mas o que vai ficar para as cidades”, diz ele, que, por outro lado, defende a ida de Náutico e Sport para a Cidade da Copa, para descongestionar os bairros de suas sedes. "Não há mais espaço para os clubes nos Aflitos e na Ilha do Retiro. Talvez apenas o bairro do Arruda ainda comporte"
"A Copa 2014 vai sair. Não tenho dúvida. Dará-se um jeito para tudo. O que nos preocupa é o legado. Não se está tratando de deixar um legado nas cidades. A Copa tem sido vista como um facilitador para arranjar dinheiro e liberar dinheiro, mas nenhuma programação efetiva que venha trazer benefícios para o distante", argumenta.
O Recife de 1950 e o de hoje | Segundo José Luiz Mota Menezes
Avenida Guararapes e Ponte Duarte Coelho