O nosso objetivo maior é
incentivar a implementação de uma “Jurisdição da Paz” que tenha por finalidade
resolver controvérsias entre as pessoas visando sempre a verdadeira Paz social
e a plena Justiça através da pacificação dos conflitos, pois, constitucionalmente,
esses são os legítimos fins da prestação jurisdicional.
Com o nosso trabalho
esperamos contribuir um pouco para a conscientização das pessoas no sentido de
que é possível se solucionar conflitos através do diálogo, da negociação, da
arbitragem ou da mediação, antes que se precise recorrer ao Judiciário, pois
não é obrigatório sempre recorrer ao Judiciário antes de tentar uma solução
pacífica para os problemas.
Pois, levando ao
Judiciário conflitos que podem ser pacificamente resolvidos estaremos
contribuindo para agravar a crise pela qual também passa o ordenamento jurídico
brasileiro, sobrecarregando ainda mais o sistema, que atualmente está sufocado,
com excesso de demandas, tornando-o cada vez mais inviável, e isso
definitivamente não pode acontecer...
Temos que ajudar o Poder Judiciário a superar a crise que
vem amargando desde os anos 60, e resgatar sua hegemonia, seu respeito e seu
importantíssimo papel para o desenvolvimento da nossa sociedade e para o
equilíbrio de um verdadeiro Estado Democrático de Direito. Não nos deixa mentir
a Exma. Ministra Ellen Gracie Northfleet, “aposentada do STF em agosto deste
ano de 2011”, a qual com muito equilíbrio e consciência da atual situação em
que se encontra o nosso Poder Judiciário, afirmou que estimular meios
alternativos para a solução de conflitos é uma das frentes que devem ser
tomadas para tornar "o Judiciário brasileiro viável".
Isso porque, [em 2007] segundo ela, havia 62 milhões de processos na Justiça
brasileira, o que dá uma média de 4.400 ações por magistrado. "É
um número de processos que torna o Judiciário impossível", na opinião
de Ellen Gracie.
E, vale saber que este
número só vem aumentando assustadoramente, pois no último balanço do CNJ – 2010,
já são 84,3 milhões de processos em tramitação no
Judiciário brasileiro aguardando decisão. Chega a ser desesperador, levando em
consideração a atual estrutura do nosso Judiciário bem como a sistemática de
prestação jurisdicional, ainda muito anacrônica, que adotamos.
Com certeza não precisamos
seguir a risca o provérbio chinês que transcrevemos logo abaixo do título deste
blog, interpretando-o como uma forma negativa de criticar o Poder Judiciário, a
ponto de temer que uma demanda chegue aos tribunais, não! Mas, ao contrário,
devemos usar a inteligência desse provérbio para nos ajudar a ver que a crise
do Judiciário é tão antiga quanto o início de sua própria existência, e que
desde os tempos mais remotos, por vários motivos, melhor era evitá-lo de que se
socorrer do mesmo.
Diante disso, principalmente
para nós, juristas e profissionais do Direito, é imperioso que despertemos a
sociedade e toda a comunidade jurídica para essa realidade que “nos saltam aos
olhos”, antes que o desgosto e a insatisfação da sociedade com a ineficiência
dos serviços prestados pelo judiciário, principalmente pelo excesso de demandas
ajuizadas, venham a comprovar que o Poder Judiciário está inviabilizando as
relações sociais e tornando-se o próprio retrato do fracasso da Justiça
brasileira, e, por fim venha a concluir o óbvio: que o Poder Judiciário é
perfeitamente dispensável e socialmente desnecessário. Chegando a este ponto,
podem acreditar: será o caos...
Por isso, decidimos
exercer nosso múnus publico, isto é, nossa profissão de operadores do Direito
de forma bem diferenciada e moderna, assim como já fazem os profissionais dos
países desenvolvidos, lutando pela concretização de uma “Jurisdição da Paz” expressão idealizada por nós que reflete um conceito evoluído de
jurisdição, onde potencializamos a Paz como direito fundamental sem nos
desligarmos do juízo de legalidade, mas valorizando, sobretudo, a efetiva
constitucionalização do Direito Processual Civil Brasileiro, através da
implantação, consolidação e efetivação dos meios pacíficos alternativos para resolução
dos conflitos, evitando a todo custo que se instale a
“guerra jurídica”, abandonando o tecnicismo e o formalismo extremados, os
quais, dentre outras negatividades, contribuem para tornar a prestação
jurisdicional cada vez mais mecanizada e
menos humanizada...
Mas, para termos sucesso
nesse sentido, faz-se mister que não apenas nós, advogados, mas também
magistrados, promotores e toda a comunidade jurídica passem a ter
verdadeiramente, e não utopicamente, como objetivos primordiais em suas
atuações o bem-estar dos jurisdicionados e o alcance da paz e da justiça social
visando sempre resolver as questões da forma mais pacífica possível. Pois, da
forma como se vem conduzindo as “soluções” das controvérsias atualmente, a
violência reinará sempre hegemônica, e a Paz só restará estampada nas camisas
dos que caminham em busca dela...
Enfim, acreditamos que é
preciso humanizar a Justiça para se debelar a crise do processo e do judiciário
e alcançarmos a plena justiça e a paz social, que são, frise-se, os verdadeiros
fins da prestação jurisdicional, e, para alcançarmos estes fins, o importante é
que sejamos acima de tudo humildes e conscientes no cumprimento de nossas
obrigações, que respaldemos nossas condutas também nas regras morais e nas leis
de Deus, principalmente ao desenvolvermos nossos trabalhos profissionais; que
nos desvencilhemos da formação romancista de achar que só o juiz investido das
funções jurisdicionais é que detém o monopólio do poder de julgar. De ter a
convicção que o advogado competente é aquele que acirra os ânimos dos
conflitantes e os levam a confrontações inúteis; que nunca se dispõe a
conciliar, apaziguar; que, para bem defender os direitos de seus clientes, deve
necessariamente agir com arrogância, estupidez e má-fé no tratar com a outra
parte, e, sobretudo que tem o dever de encobrir os erros de seu constituinte,
transpondo e transgredindo, sempre que possível, todas as regras morais,
divinas e até mesmo jurídicas que estejam de qualquer forma embaraçando sua
“brilhante” atuação.
Portanto, esperamos que este
Blog, e essa luta que estamos empreendendo, despertem em todos os que a ele tiverem
acesso o verdadeiro espírito de paz, harmonia e justiça, e, possa ajudar a
conscientizar principalmente juízes e advogados da necessidade de se adotar uma
postura espiritualmente mais solidária no desempenho de suas atividades, nunca se
olvidando de suas obrigações perante a Constituição, qual sejam, assegurar
acima de tudo os direitos fundamentais, proporcionar e prestar a tutela
jurisdicional adequada, e, sempre lembrar que por trás das inúmeras páginas de
cada processo ajuizado está um cidadão aflito a espera da decisão justa, como
bem lembrou em uma de suas excelentes palestras, a ilustríssima Ministra do STJ
Fátima Nancy Andrighi, e complementamos, existe um ser humano, acima de tudo, um
ser espiritual que, assim como eles, são dotado de sentimentos e emoções, e por
isso não podem jamais representar tão somente um número, uma estatística, um
processo...
Humanizar a justiça é
estabelecer uma “Jurisdição da Paz” que se torne a base da justiça, o alicerce
e a finalidade da prestação jurisdicional no Brasil!
Immanuel Kant, um filósofo jusnaturalista do século XIX, nos sugere uma fórmula para
alcançarmos a Paz tão aclamada por todos, asseverando que:
“devemos
agir como se a paz entre as nações, mesmo sendo uma utopia, um sonho, seja um
dia possível de realizar, da mesma maneira devemos encarar a justiça absoluta,
como sendo possível de alcançar e trabalhar para que isso aconteça. Assim, não
está em questão se a paz perpétua é possível ou não. Simplesmente devemos agir
como se ela pudesse ocorrer.”
Monica Rodrigues & Moraes JVZ.
Monica Rodrigues & Moraes JVZ.
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